domingo, janeiro 21, 2007

Um Anúncio Surreal

A AIDSS repudia anúncios/ofertas de emprego que não tenham em conta o minimo académico e profissional exigivel a um profissional a iniciar a sua profissão, nomeadamente o grau académico de Licenciatura e uma remuneração enquadrada na carreira Técnica Superior de Serviço Social, aplicada se for caso ás IPSSs, que está longe dos 403 euros, em torno dos 950 euros+ ou -.
É o caso exposto abaixo. Solicitámos a quem conhece esta Instituição os contactos de modo a dirigirmo-nos directamente.

A Direcção




Detalhes
Oferta de Emprego
Para visualizar outras ofertas, visite o NET Emprego.

ASSISTENTE SOCIAL (M/F)

Oferta Nº: 587463074
Actividade Entidade: ACÇÄO SOCIAL PARA PESSOAS IDOSAS, SEM ALOJAMENTO

Profissão Pretendida
Profissão: ASSISTENTE SOCIAL (M/F)
Número de Postos: 1
Local Trabalho
Freguesia(s): CASTELO BRANCO;
Habilitações escolares
Habilitações Mínimas: Bacharelato
Horário Trabalho
Horário: 9H- 13 H 14-18H
Condições
Conhecimentos Profissionais: BASTA TER O CURSO COMO ASSISTENTE SOCIAL.
Outros Dados
Tipo de Contrato Oferecido: Permanente
Trabalho a Tempo: Completo
Remuneração oferecida: 403 Euro

segunda-feira, janeiro 08, 2007

DIA MUNDIAL DO ASSISTENTE SOCIAL 27 de MARÇO









AIDSS associa-se à APSS

As Associações comemoram em conjunto a primeira edição do

Dia Mundial do Assistente Social

27 de Março 2007

Local: Câmara Municipal de Matosinhos



CONSTRUINDO UM MUNDO DE DIFERENÇA

DIA MUNDIAL DO ASSISTENTE SOCIAL 27 DE MARÇO 2007


A FIAS decidiu realçar a importância da acção dos Assistentes Sociais no mundo inteiro, através da celebração do Dia Mundial do Assistente Social cuja primeira comemoração é já no dia 27 de Março de 2007.

Este dia será comemorado anualmente.

O tema do Jubileu (cinquentenário da FIAS, celebrado em Julho de 2006 em Munique, Alemanha): “Serviço Social: Construindo um Mundo de Diferença” foi escolhido para a primeira comemoração do Dia Mundial do Assistente Social.

A FIAS – Região Europa vai realçar especificamente a acção dos Assistentes Sociais na luta contra a pobreza.

Pretende-se com a comemoração deste dia apoiar os Assistentes Sociais pelo mundo fora a desenvolverem diversos tipos de actividades que coloquem o Serviço Social na ordem do dia a todos os níveis, na promoção da importância da profissão do Assistente Social e aumento do sentido de pertença a uma mesma comunidade entre os Assistentes Sociais.

O Dia do Assistente Social tem assim um duplo objectivo:

-Aumentar a consciência nas sociedades e comunidades da importância do papel do Assistente Social na sua intervenção face à Pobreza e cidadãos socialmente excluídos, ao contribuir para a criação de um sustentável desenvolvimento social e económico nas sociedades.

-Potenciar a cultura profissional do Assistente Social e o incremento do espírito de partilha e comunicação entre os Assistentes Sociais.

sábado, janeiro 06, 2007

ALGUMAS POSIÇÕES ASSUMIDAS PELA AIDSS EM 2006

Parecer Sobre a Adequação do Curso de Serviço Social
com Relação à Declaração de Bolonha




Introdução: A Associação de Investigação e Debate em Serviço Social, com 13 anos de existência vem promovendo o desenvolvimento científico- profissional e cultural do Serviço Social, no âmbito dos escopos definidos e redefinidos ao longo do seu historial, nomeadamente no campo da investigação, do debate, da formação permanente e da edição, assumindo-se como Instituição charneira entre as dinâmicas académicas e profissionais. Deste modo o debate em torno da reformulação do Curso, no que concerne á sua organização em função da Declaração de Bolonha, é para nós de suma importância , nas consequências quanto à capacitação dos futuros profissionais de Serviço Social para um exercício, majoritário, de uma actividade orientada para prática profissional, como outras actividades, tais como a Medicina, o Direito, a Engenharia, citando apenas estes exemplos.

1. A Declaração de Bolonha- O compromisso dos diversos Estados que foram signatários da Declaração de Bolonha, assenta, na sua essência, na viabilização de uma quadro universitário que reforce a unidade do projecto europeu, enquanto projecto de cidadania, espaço de liberdades, de circulação e afirmação do conhecimento. Como atesta o próprio texto da Declaração: “Reconhece-se hoje, amplamente, que a Europa do Conhecimento constitui factor insubstituível para o crescimento humano e social, sendo componente indispensável para a consolidação e para o enriquecimento da cidadania europeia...”.
Deste modo, para a concretização destes objectivos a Declaração de Bolonha propõe a coordenação dos diversos modelos de ensino universitário, de molde a que este possibilite uma capacidade de performance atractiva, pela facilidade de circulação entre as universidades e de atracção externa à União, com modelos eficazes e conforme o documento “...de um sistema de graus de acessível leitura e comparação,...”.
É proposto, então, a racionalidade modular, através da adopção de um sistema que se baseie em dois ciclos: o graduado e o pós-graduado. Sendo que o Primeiro Ciclo deverá ter a duração mínima de três anos.

2. Declaração de Bolonha e Orientação do Plano da Licenciatura em Serviço Social (4+1, 3+1+1, 3+2)- Desde logo se depreende, na Declaração de Bolonha, que o tecto limite da duração de um primeiro ciclo de graduação (Licenciatura) é efectuado a montante, ou seja, no limite mínimo (três anos) e não a jusante, ou seja, um limite máximo (não de três anos). Com toda a aparente certeza de poder deixar a cada Estado e Universidade, ou conjunto de Universidades, a possibilidade de estabelecer estes limites consoante a sua organização universitária e especificidade de cada Curso, que implica, na maioria dos casos com uma organização e com uma prática profissionais.
A aplicação da Declaração de Bolonha ao Curso de Serviço Social (ou Cursos), no que concerne à duração do primeiro ciclo de graduação, esta deve ter em consideração factores específicos ao Serviço Social, simultaneamente, enquanto disciplina profissional e enquanto disciplina científica.

Ás palavras - Serviço Social- surge emergente uma associação, na esteira de Ander Egg[1], a um serviço, melhor, a um “fazer”, realizado no âmbito profissional.
Ora, o Serviço Social emerge primeiro enquanto profissão e só depois como disciplina científica, sendo que esta confere à primeira rigor, cientificidade, racionalidade e método; e aquela reúne o núcleo identitário e o carácter predominante de uma profissão orientada para a práxis, reforçada, aliás, pelo reconhecimento dos diversos Estados Europeus (embora com contextos diversos), como profissão determinante na organização, implementação, avaliação e aplicação das políticas sociais.
Neste âmbito as diversas estruturas curriculares, expressas nos múltiplos Cursos de Serviço Social, foram evoluindo para um curricula de 4 anos (Licenciatura), conferindo uma formação multifacetada, orientada, primordialmente nos dois primeiros anos, para abordagens globais, com ênfase para conteúdos multidisciplinares, em áreas como, a antropologia, o direito, a sociologia, a psicologia, a economia, estatística a filosofia e a ética e componentes de formação científico-técnica como a formação metodológica de investigação e acção; sendo que, os dois últimos anos tendem a dimensionar-se para a apreensão de conhecimentos em correlação com a aplicação dos mesmos, no âmbito das teorias e práticas de Serviço Social e da Intervenção Social, com períodos de Estágio Académico (em contextos profissionais), que já ultrapassam um ano, sendo no entanto fundamental o último ano para a formação em local de estágio, acompanhado no local e nas instituições universitárias em seminários e orientações em função da complexidade e diversidade dos campos e áreas de intervenção.

Esta orientação para os saberes- fazer da(s) pratica(s) profissionais é então fundamental na formação de um Licenciado em Serviço Social, pelo carácter, já aludido, de disciplina profissional de base científica, onde as aprendizagens das tecnologias sociais são fundamentais para a competência, o rigor, a flexibilidade da intervenção destes profissionais. Citando José Dantas[2] em relação a este tipo de actividades profissionais, “...a característica essencial de serem um tipo de actividade humana em que o conhecimento e a acção se integram dialeticamente, visando propósitos práticos de modificação de coisas ou situações reais”.
Podemos aduzir, ainda, a proposta do Instituto Superior de Serviço Social do Porto[3], em concordância com a mesma, o “Perfil de Formação”, dos futuros Assistentes Sociais:
polivalente e multifacetado, integrando a combinação de diferentes dimensões que se ajustam a cada situação concreta de trabalho(...) bem assim como a sua articulação, de acordo com os fenómenos sociais objecto de intervenção, os espaços de inserção institucional, aposição hierárquica do profissional na divisão sócio técnica do trabalho.

Patente fica a complexidade e exigência de um Estagio Académico em contexto profissional, nomeadamente no último ano do curso, dedicado a este por inteiro, com uma especifidade de acompanhamento na correlação entre estes saberes-fazer da práxis e os conteúdos científicos, éticos, técnicos apreendidos.

2. Em Conclusão- Tendo em conta a necessidade instituir um primeiro ciclo de graduação (Licenciatura) flexível e orientado para um sistema de créditos compatível com a livre circulação de discentes e docentes na União Europeia, tornando mais competitivo e atractivo o ensino universitário e consequentemente os profissionais assim formados, e articulando com as necessidades específicas da formação dos Assistentes Sociais, nomeadamente a simbiose entre conhecimento e acção, parece-nos que a estrutura mais adequada ao funcionamento de um primeiro ciclo (de Licenciatura) seria a de quatro anos, três dos quais (os primeiros) inter- modais e creditáveis, e um ano (o último), com uma direcção prioritária á componente do exercício profissional em estágio académico, articulando conhecimento adquirido e intervenção, num necessário acompanhamento em seminários e orientações específicas.

Neste quadro, a nossa opção vai para um primeiro ciclo de 4 anos (Licenciatura) e um segundo ciclo de 1 ano (Mestrado), este não vinculado às necessidades específicas de uma formação de conhecimento na, para e com a acção, portanto 4+1.

Com os nossos melhores cumprimentos,


O Presidente da Direcção da AIDSS
___________________________
( Joaquim Paulo Silva, Dr. )
[1] Egg, E. Ander, 1995, Introdução ao Serviço Social, Editora Vozes, Petropolis, Brasil, p.152.

[2] Cit. In, Egg, E. Ander, 1995, Introdução ao Serviço Social, Editora Vozes, Petropolis, Brasil, p.162
[3] Granja, Berta, Queiróz, Cidália, et al, 1999, Objectivos da formação do Assistente Social e organização das etapas e dispositivos de ensino/aprendizagem, ISSSP, Porto, p3.

ALGUMAS POSIÇÕES ASSUMIDAS PELA AIDSS EM 2006

ASSOCIAÇÃO DE INVESTIGAÇÃO E DEBATE EM SERVIÇO SOCIAL

POSIÇÃO DA AIDSS SOBRE A SITUAÇÃO DO ISSSL




Tomando conhecimento da situação Institucional do Instituto Superior de Serviço Social de Lisboa (ISSSL), reconhecidamente a vivenciar um momento difícil, ao nível da sua estrutura económico e financeira, que terá conduzido á transferência para a Fundação Minerva (Universidade Lusíada, da Titularidade da autorização de funcionamento dos Cursos aí ministrados, vem expor publicamente aqueles que são, na perspectiva da Direcção da AIDSS, os problemas suscitados pela situação descrita:

O ISSSL é a mais antiga Instituição privada de ensino superior e de formação em Serviço Social do país, tendo sido fundada em 1935.
Ao longo dos 70 anos de existência assumiu um papel relevante na formação dos Assistentes Sociais, com características pioneiras e valorativas para a própria sociedade portuguesa.
Permitiu a evolução de Portugal no que concerne á evolução para uma sociedade mais redistributiva, bem como para a constituição de inúmeras instituições públicas e privadas de fins e funções sociais. Nomeadamente e nos últimos 30 anos na constituição do Estado Social Português.
Formou quase 4000 Assistentes Sociais, assegurando em simultâneo níveis de qualidade e rigor científico, cujo património, somado à sua história, o torna único no Ensino Superior Português.
Ao longo, pois, de várias décadas o ISSSL (em conjunto com os seus homólogos de Coimbra e Porto, embora estes á posteriori) assumiu funções que caberiam ao Estado, seu principal beneficiário, na formação e consolidação da mesma, o que significou valorização dos funcionários ao serviço deste.
Neste quadro, pois, a decisão sobre o futuro de tão importante Instituição deverá passar por um amplo debate que envolva não só funcionários, discentes e docentes do ISSSL, mas também ex-alunos, actuais profissionais, instituições representativas da classe, diversos níveis, bem como, ainda o próprio Estado, através das instâncias governativas responsáveis, orientando-se sempre pela salvaguarda do ISSSL como Instituição central no desenvolvimento do Serviço Social, da formação, investigação e suporte activo da acção social pública e privada e da políticas sociais que se consubstanciam diariamente.


Porto, 29 de Maio de 2006

A Direcção da AIDSS